quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

Meu arco- Ires

Quando eu era criança sentia vontade de ver o arco-ires , tocar pegar pintar , desenhar um igualzinho ao do céu. Porém nunca tive lápis de cor. Meus arco-ires eram preto mesmo, mais eu queria tocar nele em dias de chuva, como gostava dos dias de chuva, mais tinha que limpar as goteiras, o chão molhado, dormir com medo dos trovoes sem ter ninguém para me acalmar, e explicar para mim a grandeza da natureza ! Tremia ao anoitecer, sentia um vazio enorme na alma e no estomago. Hoje estou aqui sentindo o mesmo vazio na alma e no estomago sem medo dos trovões e me sentindo uma criança desprotegida,
desenhando meu arco-ires preto no branco.
Não decido!


Queria poder um dia chorar tudo que nunca tive a competência de chorar, arrancar cada dor, lavar a alma se é que posso fazer isso, dormir depois ou quem sabe morrer!!! Nunca tive medo de morrer quando estou triste, sempre quando me sinto feliz! antes de tudo um alma limpa, serena, sem medos, nem dores, um alma que não sara, só apanha, amores desamores, venturas desventuras. Ainda ontem me senti um menina, uma menina mãe, gritando por amores, paz, afeto, prazeres quem sabe carnais. Uma menina, me senti apenas uma menina sem rumo, perdida, dentro de uma historia maluca, uma menina a se perguntar os porquês? Nas caminhadas fui deixada para trás sozinha, e como encontrar o caminho se são vários! como achar o caminho de volta!!! Nunca vou achar porque ele não existe mais! Tudo se trancou, fecharam e jogaram as chaves em algum lugar profundo e escuro. Fui esquecida sem nada para sobreviver, onde só vejo o sol que já é tudo de bom que me resta... E, o amor? esse já não me per tece mais. Ou esta escondido dentro para ser exageradamente explorado. Percorri um longo caminho até chegar a essa cadeira que aqui estou agora, sentada, esgotada, sem fome, sem vontades propiás ...Não decido! Tudo ao meu redor mudou.Inclusive o caminho a percorrer.

São exatamente 18:30 h, minha cabeça esta girando a mil por minuto, isso me faz ter tonteira, e ao mesmo tempo ela parou, sinto parada dentro e fora de mim, não sinto inquietação, minha lingua ,mãos corpo fora do lugar, me sinto fora do lugar; uma enorme tristeza bate em torno de mim, e nas minhas mais profundas entranhas, tudo em mim esta lento meu olhar, meu sorriso, andar enfim tudo que freneticamente existe esta lento. O olhar vago  distante do resto do corpo, precisando de descanso. Algo se pintura por detrás da porta o tempo todo esta la as minhas vistas "o sonho de existir" A pessoa que não existe nem dentro nem mesmo fora de mim. Me sinto como uma piano velho esquecido no canto da parede, empoeirado  que precisa esta no meio do deserto para que alguém o veja e saiba tocar com amor as mais belas canções!!

Maria Clara Sol