Ela é barulhenta e surda
Hoje sexta, uma noite linda la fora, o céu muito estrelado e limpo. Noite tranquila esculto os carros indo e voltando, o cheiro do churrasquinho e da lanchonete entra pela janela do meu quarto Vejo a vida aqui de dentro, escutando e sentindo cheiro. A vida cheira, e fede ao mesmo tempo. Ela é barulhenta e surda, ainda pouco se ouvia vozes de pessoas chegando e saindo. Nesse momento só cheiro e barulho de maquinas. E, aqui estou eu com fome, de tudo, envolvida pela necessidade física de comer algo, e não disposta a fazer a mesma coisa que faço todos os dias. Prefiro me contentar com um copo cheio de água, nunca fui uma pessoa classificada preguiçosa, mas nesse momento estou tentando esquecer um pouco as minhas tarefas diária. Hoje é uma seta -feira atípica de muitas outras que já tive, e que não estou a suportar. Por outro lado não consigo mais me enxergar como pessoa, sociedade, ser....perdi algo em mim, ficou pelo caminho. Encaro a vida no tom bem que normal de segunda a quinta, mais no fim de semana me sinto inquieta por dentro, perdi meu rebolado, minhas pernas não mais me obedecem como antes, não sei mais os passos e compassos, me sinto tímida diante de mim, e do espelho, das roupas mofadas, e ainda algumas com etiquetas, nas quais eu já enjoei antes mesmo de usa-las. Saio e quando isso acontece, ando assutada, como se fosse a primeira vez. quando acontece as vezes me parece sempre ser a primeira vez. O cheiro que vem de fora cada vez mais aumenta minha fome, e a luz da noite, aumenta minha vontade de ver o mundo e chegar ao amanhecer junto com o nascer do sol.
Com essa riqueza de detalhes, impossível não admirar seu comentário nem se imaginar fazendo parte da cena, Adorei Clara, xero
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