A espera
Vou ligar novamente, quem sabe hoje tudo vai ser diferente. Minha mãe atendeu o telefone e falou : diz...senti vontade de parar ali mesmo minha busca, continuei dessa vez decidida ir até o fim , voz firme, forte, desfaçando nervosismo e ansiedade , havia ali uma menina tão frágil. cheia de dores em busca de paz, amor, carinho , conselhos, e muitas saudade. Essa saudade é estranha , seria algo não vivido ainda. Uma conversa longa, dura, não quero acreditar de novo no que estou ouvindo, não consigo apanhar mais uma vez , não suportaria mais uma queda livre.
As palavras da minha minha mãe que me fizeram vim novamente aqui foram essas. Não quero que você venha nunca mais aqui na cidade onde moro, nunca mais viu, mesmo que um dia eu morra não quero que você venha aqui. Paralisada com aquelas palavras tão enfática , sem ação, diante do oposto do que sonhava para mim. Antes eu só tinha me arriscado nas suposições , não existiam mais suposições .cada vez que eu me feria procurava uma maneira de amenizar a dor, nem sempre curar a ferida mas sempre amenizar . Tudo isso deu lugar a mais solidão, dentro de mim não cabia tanta solidão, meu corpo , pés já sabiam o caminho do casulo depois de tantas feridas abertas. A DECEPÇÃO deu lugar ao cansaço que era nítido nos meus poros,veias, pele, e que abatem os olhos e fazem o resto do corpo doer,arder , uma dor por cima de outra dor, difícil de esconder.
e a esperança que acabou com a vontade de tentar de novo. Ali eu teria diante de mim não mais uma menina não mais amada pela mãe, simples jogada ao vento e sorte sem referencias.
Não houve nada além do tempo certo, o tempo certo quem dita é nós mesmo. Aqui não cabe mais saudade nem dor e sim superação . Jogo a rede no mar da vida, e muitas vezes vejo que ela volta vazia.
Abafou a dor . Criarei algo que possa justificar a ausência de dor, a pressa de recomeço e camuflou, de um jeito bem bonito .Quem vê aquele sorriso hoje , não imagina que, no interior, tudo está prestes a sucumbir.
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